Does it make any sense?! No? So, welcome.
16
Fev 11
publicado por Andi, às 22:24link do post | comentar

Dizem que sou maluquinha por séries. E por algumas, sou, admito-o. A minha última obsessão, depois de The Big Bang Theory, que é uma série ligeira, de comédia sobre um grupo de nerds, socialmente estranhos que vivem num mundo paralelo onde A Guerra das Estrelas é uma espécie de religião, se tal fosse possível, uma existência divina sob um ponto de vista físico; como dizia, a minha última obsessão é Mad Men.

 

Quando comecei a ver, nas férias do Natal a série não me despertou muita atenção, a personagem principal, o Don irritava-me um pouco, e como eram episódios de 45 minutos e o seu género era drama, todos estes factores levaram a um ligeiro desapego à série.  Contudo, à medida que ia vendo fui gostando mais, tanto que já vou quase no final da quarta temporada, a última que saiu. Compreendo que não é uma série para toda a gente, ou que todos apreciem ver. Requer atenção e continuidade. Por vezes em alguns diálogos informações são disparadas de rajada de tal maneira que preciso parar a série e pensar no que foi dito, no que já aconteceu e que implicações isso poderá trazer. Outro aspecto que me cativa é o facto de a série não ser óbvia, não há nada que me desanime mais do que eu adivinhar o que vai acontecer a seguir ou o final.  No entanto, a série é filmada de modo a obter cenas tão subtis, que provocam um sentimento de desconfiança no espectador que o torna curioso para ver o que se vai passar a seguir.

 

 


 

Para quem não sabe, a série passa-se nos anos 60, e a acção centra-se num director criativo de uma agência de publicidade, Don Draper e todos os enredos que a ele estão ligados. Não sou perita em História nem nada do género, mas os cenários que usam, com tantos pormenores como os produtos de cozinha, o mobiliário, os electrodomésticos, etc. Para além do cenário em si, o guarda-roupa é espectacular, especialmente o feminino, as personagens Betty e a Joan estão sempre assombrosas, e é mesmo retratado na série o cuidado que têm ao cuidar da sua imagem. No que toca ao modo de viver, percebe-se bem que esta é uma época em que os americanos vivem "the american dream", quando há algum transtorno nesse aspecto ficam todos chocados, porque afinal de contas, vivem na América, um sítio civilizado. É curioso também verificar alguns costumes como fumar e beber a toda a hora, incluindo as mulheres, incluindo as grávidas, incluindo os médicos no mesmo consultório que as grávidas... Acho que em 70% das cenas Don Draper está fumando, bebendo ou fazendo sexo, ou uma combinação destas três.  Já foi dito que fumam cigarros orgânicos e sem nicotina, acho bem, pela saúde deles. Para além de que o whisky deve ser sumo de maçã.

 

Há muitos aspectos históricos muito bem inseridos na série, vê-se como afectam as personagens e as suas vidas, é uma outra visão da História. Por exemplo, não fazia ideia que o assassinato de JFK tinha escandalizado tanto a América, enfim são ignorâncias que Mad Men tem vindo a eliminar. Há, também, muitos aspectos sociais abordados, como os direitos dos negros, das mulheres, o aborto, o Vietname, os gays e a sua repressão, etc.

 

As personagens femininas, pelo menos as principais, Betts, Joan e Peggy (da esquerda para a direita) prendem a minha atenção durante a série. Consigo ver as suas lutas, o sofrimento, o machismo que têm de lidar, mas também a sua tentativa de libertação, a sua irreverência , a sua garra.

 

 

 

Penso que esta série é uma série que corre riscos, há reviravoltas, em que parte do elenco é dispensado, e depois volta a juntar-se depois, mudanças radicais na história... Não é uma série que se acomoda, como outras que a história principal é sempre a mesma, apenas os detalhes vão mudando. Também por isso, por essas mudanças, senti muitos sentimentos contraditórios sobre as personagens. Não há bons nem maus, heróis nem vilões. Apenas há esta série completamente viciante e arrebatadora que nos leva a um mundo de "mad mens" de há cinquenta anos atrás.


29
Out 09
publicado por Andi, às 13:39link do post | comentar

 

 

 

 

 

O aparecimento da internet há quarenta anos atrás.


20
Jul 09
publicado por Andi, às 15:18link do post | comentar

 É com frases lendárias que marcaram o imaginário de muita gente, incluindo eu, que inauguro aqui outro post dedicado a acontecimentos históricos. Quem não se lembra de já ter ouvido:

 

"Um pequeno passo para o Homem, um grande passo para a Humanidade.",


frase histórica proferida por Neil Armstrong quando pela primeira vez, e representando todos os Homens, pisou a lua. Já lá vão quarenta anos. Já lá vão não, permitam-me corrigir. Ainda vão... Parece-me tão pouco tempo! Enfim, escândalos e teorias da conspiração à parte aqui fica o vídeo de algumas destas imagens.

 

 


08
Set 08
publicado por Andi, às 23:57link do post | comentar | ver comentários (2)

A água encontrava-se límpida e fresca. Gostava de ter os seus pés ali mergulhados. Pés pequenos, largos e até há pouco tempo sujos de terra, por andar descalça, tinham uma pele grossa e uma cicatriz peculiar no pé direito. Tinha espetado o pé em algo quando pequena, não se recordava. Pequena. Ah! Dizemos nós, ela não pensa em si como pequena, ela já é quase uma mulher, uma adulta. É responsável, já vai à escola, já ajuda os pais, já cuida da irmã pequena!

 

Mas a sua imagem de ternura com as pernas pendentes no muro, mergulhando os pés na ribeira, naquele fraco caudal que passava entre aquelas encostas pouco inclinadas, mas repletas de vegetação exuberante, provocante ao olhar e a toda a conjugação sinestésica do nosso ser, não deixava espaço para divagarmos ou levantarmos suspeitas à sua idade, à sua desenvoltura. Apesar de tudo, era ainda uma criança! Poderíamos deduzir isso das suas trancinhas negras de menina doce, do seu vestido antigo e velho, mas lavado incessantemente pela mãe, que agora se encontrava um pouco sujo, pois o sol já se estava a deitar deixando ainda um pouco de luz para podermos ver tudo como se de um sonho se tratasse, e e ela brincara todo o dia, pela sua baixa estatura... Mas eram os seus olhos que denunciavam a sua infância. Os olhos castanhos doces, como se de chocolate se tratasse, ingénuos ainda e que sonhavam fazer grandes feitos! Olhos já com um pouco de miopia, é certo, mas olhos de criança, ainda.

 

 

Que verborreia já aqui vai, e ainda não dissemos nada, apenas expusemos o que pensávamos. Que pensamentos férteis, sem dúvida! Ela, no entanto sentada não pensava, ou melhor pensava melhor do que nós todos,  não é que não entendemos o seu pensamento! O silêncio. Mirava um cerrado à sua frente. Descontraidamente, com o corpo inclinado para trás e as mãos apoiadas na berma do muro pedregoso e frio. 

 

 

Bloqueei. Não consigo encontrar mais nada para dizer perante esta imagem da menina à beira da ribeira, e tudo o mais envolvente. Acho que fico por aqui.

 

 

 

Que deprimente! Não consigo abandonar uma imagem assim desta forma reles e vulgar. Fecho os olhos durante algum tempo e depois voltarei a olhar! Talvez assim a menina já lá não esteja, e seja apenas uma simples ribeira no seu curso natural e monótono.

 

 

 

 

 

 

 

 

Está igual!! Novamente!

 

 

 

 

 

 

 

 

Olha! Que está ela fazer? Está a atravessar a ribeira! Menina louca, está a molhar-se completamente, vai ficar doente. Se ela ainda cai... Levanto um pouco mais os olhos e vejo outros olhos castanhos doces e ingénuos a olhar igualmente para a menina, e dá-lhe a mão. Já percebi. Ainda bem, posso ir-me agora.

 

sinto-me: bahh, mais um dia
música: John Lennon - Watching The Wheels

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