Sinto-me à deriva há dias... O tempo passa tão depressa, acho que nem chega a passar, não há tempo. Tudo se resume à efemeridade.
Boiar na superfície turva do mar salgado e rebelde. Sentir nada mais que o movimento das ondas, movermo-nos em sintonia, e fechar os olhos com tanta força que quando os abrirmos a luz será demasiado intensa. Ficar com as mãos enrugadas, como se de velhice ou trabalho fosse repleta a nossa vida. E de um gesto só, levantarmo-nos, e encaminharmo-nos no sentido contrário ao mar, quando o que queremos é não sair de lá. Porque não ficar? Para quê sair se deixamos de nos sentir tão intensamente, como quando flutuamos? O que nos leva a isso? Nem quero pensar nisso. Só espero pela próxima vez que lá me encontrar.
Sinto saudades do mar...E tuas.