Nunca falei sobre este tema que inspira muita gente a fazer todo o tipo de coisas desde arte a parvoíces. O amor... Tantas definições, tantos clichés, tantas frases feitas, tanto dito acerca de algo que é mutável, modifica-se com as pessoas, com a idade, com os lugares, até com o tempo... Não desejo dizer o que é, não aspiro ao impossível, é demasiado irracional e relativo para ser verbalizado.
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"Amo-te muito", "Amo-te para sempre".... Ele já lhe havera dito aquelas frases milhentas vezes, repetidamente, sem nexo, fora do contexto, e pensou que estava a fazê-la feliz, que ela era a mulher mais feliz do mundo!! Como ele era ingénuo, mundano e fútil, nada do que dizia era verdadeiro. Ela sabi-o. Detestava que ele lhe dissesse aquelas banalidades, sem sentido, tão superficias, fingidas e ensaiadas... Tão racionais!! Sabia também que ele nunca pensava nisso, não a amava, apenas a desejava fisicamente, e achava que isso era tudo. Vivia rodeado por lendas e mitos urbanos acerca do que é uma vida conjugal, e do que era o amor. Os seus olhos eram vazios e sem sentimento, quando se declarava nunca a olhava nos olhos, não aguentava o seu olhar de Amazona altiva e intocável.
Ela nunca o dissera, nunca havera verbalizado o amor por ele, porque ele simplesmente não existia, e até porque achava as formas de exprimir dele patéticas! "Amo-te muito"?!? Muito?
Amar não seria suficiente? Como se pode amar pouco? "Para sempre"... Que utopia, que estupidez!!! Tal como não há futuro, tão pouco pode haver "para sempre", tudo é finito, tudo acaba por ter um fim, por mais que tenha durado, mas que importava isso? Era apenas mais uma das mentiras e dissimulações dele. Aprendera a viver com aquilo, já nem se importava, alheava-se completamente dele, nem o sentia a tocar-lhe... Nada. Alheava-se nos seus pensamentos e no seu mundo, só seu, onde não haviam eles e não haviam racionalidades.
E aí ficava bem, tranquila e serena.
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Isto foi apenas uma história fictícia, uma fracção da minha perspectiva pessoal do que é esse gigante que dizem ser a razão de tudo, bem algumas pessoas o dizem, não digo que não nem que sim. Que importa o que digo? Apenas tenho a certeza, pessoal também, que o amor é irracional, em que aspectos ou em que medida não sei precisar, mas para mim é este o meu mundo.... O irracional.