Minorias. Deve estar definida como um conjunto de pessoas que se podem identificar como semelhantes por uma característica qualquer em comum e que existem em muito menor número que o conjunto total. Qualquer coisa deste género, não me apetece ir pesquisar. Há quem diga que são descriminadas negativamente, enquanto que outros lhes apontam só privilégios. Acho mesmo piada que os que se consideram mais "atentos" ao "mundo real" sejam grandes adeptos da segunda perspectiva sobre estas minorias. Tenho-me isolado um pouco desse mundo, irrita-me a leveza com que os assuntos sérios são tratados e inclusive uma ponta de desrespeito, quando tudo o que eu vejo a ser debatido apaixonadamente é o sexo dos anjos. A sério, já alguém se perguntou porque razão irá gastar tempo observando um espectáculo tão encenado como uma cena de Wrestling?! Ao menos no wrestling há mais luta, há sangue!
Observo por vezes, com ar enfadado, essas tão acaloradas discussões de café acerca do estado lastimoso da economia do país, a crise e tal, etc etc. Então quando se fala dessas tão temidas minorias, ui, é sinal para eu desviar a minha atenção para a televisão, que invariavelmente está na TVI, ou olhar para o vazio (opção que mais me apraz). Existe um grande sentimento de inimizade com essas minorias (grande novidade para todos!) que faz fervilhar os ânimos. Sinceramente percebo as razões desses exaltamentos, igualmente percebo que essas razões são baseadas nos argumentos que, digamos assim, não são muito válidos, e geralmente são muito generalizados. Por falar em generalização, quem faz parte das minorias!? Eu? Por vezes sinto que sim, que sou uma minoria.
Para vos explicar a situação, estava outro dia no metro com uns amigos, açorianos também, e uma senhora, percebendo a nossa origem, perguntou-nos se estávamos a estudar cá no continente, ao que nós respondemos que sim. Qual a reacção da senhora? Foi dizer que eles trabalhavam tanto para depois nos pagar os estudos. Poderia ter-me rido de tal asneira, mas apenas fiquei triste pela sua ignorância, e por não perceber os sacrifícios que são feitos pelos estudantes insulares, e pelas suas famílias, qual segunda vaga de emigração. É óbvio que esta situação foi completamente bizarra e que coitada da senhora, esqueceu de tomar os medicamentos.
Mas serve para insistir na minha pergunta, quem são as minorias? São os que não são portugueses? São os que não nasceram cá? Outras raças que não a Caucasiana? São outras religiões? São aqueles que usam o relógio no braço direito ou esquerdo? Os critérios sucedem-se numa lista interminável. Existem muitas minorias. Verdade. Existe uma maioria que é a parte boazinha da comunidade, na qual todos nós gostamos de nos incluir. Falso. Não existem maiorias. A maioria é feita pelo conjunto de n minorias que existem, e que se aceitam mutuamente. A questão é que nem gosto de falar desse tipo de grupos. Existe tanta diversidade, felizmente, que tentar fazer argumentos baseados em grupos sem ter em conta a individualidade intrínseca de cada um, geralmente, não resulta. Existe essa necessidade de catalogar e dividir as pessoas. Ah Lineu, o que fizeste?!