Existem certos acontecimentos que me deixam invejosa, e que me levam a achar a insularidade destes calhaus muito indesejável. Este é um deles. O congresso feminista que está a decorrer desde hoje até ao dia 28. O feminismo foi sempre uma causa que me despertou interesse. Sempre caracterizadas como o "sexo fraco", ou donas de casa, e como seres obedientes, submissos e isentos de pensamentos lógicos, algumas mulheres durante o passado século tiveram um papel fundamental em mudar algumas mentalidades e atitudes tidas como sensatas. Posso destacar aqui a insular Natália Correia como exemplo de luta por esses direitos fundamentais. Desde o direito ao voto, ao trabalho, à igualdade de salários, até ao modo como era tratada pelo marido, e vista pela sociedade, muito tem mudado, felizmente, desde esses tempos. É impensável, e até repugnante, que a mulher tenha que pedir permissão ao marido, que tenha que ganhar menos que este, etc, situações normais no século passado, aquando o Estado Novo.
Existiam e ainda existem muitas outras situações actualmente em que os direitos das mulheres não são preservados. Isto falando no nosso país, pois eu nem quero chegar à zona oriental porque, provavelmente, não conseguirei escrever nada decente, tal é a minha indignação. Ontem na televisão, na RTP2, até deu um programa interessante sobre isso, o Câmara Clara, cujo tema era o feminismo e toda a evolução que teve e consequentes efeitos. (Nem vou comentar porque é na RTP2 e não na TVI, por exemplo, acho que as milhentas novelas que dão por dia não falam muito sobre o feminismo....)
Aqui fica um excerto do programa.