Aparentemente a minha melhor escrita surge sempre em momentos inesperados, em que me vem uma ideia à cabeça, e instâneamente me sento com o computador à frente e ela vai fluindo com naturalidade, há um encadeamento de palavras que me parecem lógicas. Outras vezes, tenho esse ímpeto e não escrevo imediatamente, depois quando tento reproduzir, não sai nada do que eu imaginara! Será que existe assim uma fonte de criatividade ou de ideias, e a minha está prestes a secar? Ou então sou eu que não sei como extrair nada dela!?
Enfim, outro aspecto que já me apercebi também, que a melhor escrita é sempre acompanhada por algum grau de dor, de sofrimento. Terapêutico ou não, não consigo descrever uma relação de causalidade.
Na verdade o que me tem atormentado ultimamente são as minhas decisões. Com que base é que as tomo, se serão correctas? Ponho e retiro factores, tal qual equação matemática, mas ao contrário desta não tenho uma solução certa no final, não consigo encontrar uma regra. Era tudo muito mais fácil se houvesse método em tudo, se a vida fosse uma Química Orgânica... (exame de amanhã!) Contudo, não haveria criatividade, não existiria escrita, seria muito mais triste. Fácil, mas triste. Não digo que as coisas não sejam tristes com toda esta irracionalidade. mas esta é uma tristeza oscilante, que, por vezes, se transfigura e nos parece melhor, nos parece suportável. Venha o caos e a irracionalidade. Mas que amanhã na minha cabeça reine a lógica orgânica!