Does it make any sense?! No? So, welcome.
26
Out 10
publicado por Andi, às 22:04link do post | comentar | ver comentários (3)

 

 

 

 

Num local tão enigmático e inconstante como os Açores, a minha terra, onde o tempo caprichoso gosta de nos presentear com chuvadas intensas e rápidas ou chatear-nos com chuva miudinha durante horas, que parecem intermináveis, a chuva é desejada por muitas e detestada por outros. Não consigo descrever com exactidão todas essas imagens e ideias que me passam pela cabeça, acho que a nostalgia e a saudade toldam-me a escrita, pelo menos hoje, acho que outras vezes aguça-a. Ou será apenas impressão minha?!

 

Pesquisei nas minhas fotos mais antigas e encontrei esta que foi tirada num dia após ter chovido e achei curiosa a cor do céu. Parece estar em chamas, contrasta bastante com a chuva, que anteriormente preenchia o nosso espaço.

 

Quando vi o tema deste mês de Outubro da Fábrica de Letras pensei instantaneamente, que cheiro tem a chuva?! Lembrava-me de outros cheiros muito característicos, a erva cortada, cheiro de uma mata, de maresia, de cozinhados, de roupa lavada,... Mas e a chuva?! Gosto de apanhar chuva e depois poder trocar de roupa para outra quente e sentir esse conforto. Sim, a Irracional aqui às vezes é uma romântica do mais cliché que pode existir, outras vezes é uma "besta analítica". O que quero dizer é que quando penso em chuva não me ocorre o seu cheiro.

 

Pensei nisso durante algum tempo, pois já sabia qual o tema há uns dias atrás. Mas só hoje decidi escrever, porque agora se me revelou a resposta. A chuva não tem cheiro, contudo depois de chover fica algo de indecifrável no ar. E a resposta é bastante simples, na minha opinião, a chuva lava as coisas, tudo aquilo em que toca. Desaparece o cheiro da poluição, de suor, de excrementos, de Humanidade. As coisas reganham o seu cheiro. A chuva devolve a autenticidade. Passageiro é o efeito, obviamente, mas ainda lhe dá mais valor, pela sua efemeridade. Acho que consegui arrecadar mais uma razão para se gostar de chover.

música: Jamie Cullum - I Get A Kick Out Of You

16
Set 10
publicado por Andi, às 18:07link do post | comentar | ver comentários (4)

Encontrar um tema para escrever todos os dias é difícil. A dificuldade começa logo quando abrimos aqui a página e nos deparamos com um Título. Já repararam muitas vezes que eu tenho tendência em fazer títulos em série e vou colocando 1,2,3, 4 etc... Claro que muitas vezes me perco.

 

Geralmente escolho-o no fim. E hoje também o farei. Às vezes é mais fácil, vamos escrevendo o que nos apetece no momento.

 

Hoje estou a limpar as paredes do meu quarto em Lisboa. Acho que é um pouco óbvio que às vezes me sinto um extraterrestre nesta terra, mas também, acho que não é exagerado, o meu modo de estar na vida é bastante diferente do que eu vejo as pessoas terem aqui. Talvez seja da educação, talvez do lugar, talvez da aleatorieadade. Não interessa, a diferença existe, e ainda bem. Como estava a dizer, aproveitei que ainda não comecei as aulas para fazer uma limpeza que há muito tinha planeado. É incrível como as pessoas viviam aqui, com as paredes neste estado, eu consigo ver marcas de sujidade em forma de mão na parede. Como diria num livro que li recentemente - O deus das pequenas coisas -  um buraco em forma de mão suja no Universo.

 

E as paredes eram o menos nesta casa. Mas não vou entrar em pormenores sequer.

 

Eu podia ter a mania da limpeza como é natural no seio da minha família tão tradicional. Mania não é bem o termo, diria mais obsessão. Mas não tenho. Contudo gosto de estar num ambiente limpo, arrumado é uma coisa, limpo é outro. E é isso que eu não percebo. As pessoas muitas vezes vivem na sujidade. Não falo só nas suas casas, apartamentos, mas na rua igualmente. Já me disseram que Lisboa, comparada com outras cidades europeias é limpa. Deveria mesmo visitar esses locais porque vejo-a sempre com uma película inexpugnável de sujidade. Nas pessoas principalmente. Não digo que não gosto de ninguém de Lisboa. A questão é que elas só se deixam gostar se as conheceres verdadeiramente. Agora como se faz isso, não faço ideia. Tem que haver um ponto em comum muito forte. Acho eu. Ou não.

 

Será assim tão difícil ser amável ou prestável de vez em quando? Será que sorrir provoca dores excruciantes?

 

Tomem todos uma aspirina por dia, se faz favor. Conselho de (futura, espero) farmacêutica.

música: Arcade Fire - City With No Children

05
Set 08
publicado por Andi, às 15:02link do post | comentar

É engraçado como um momento por qual ansiámos há muito nos assusta profundamente quando se aproxima. Temos medo da mudança, de não nos adaptarmos, pelo menos eu tenho.

 

Numa selva descontrolada de betão, que arrasta avassaladoramente todos os seus constituintes, sufocantemente impessoal, sem saída a não ser uma estação de metro perdida no tempo, com as paredes riscadas com corrector que já vai a meio, pois já riscou metade das mesas da escola, com jornais de outros tempos, percorrendo rapidamente o chão sujo, alimentados por não sei que aragem... Uma cidade gigantesca espera por mim, ou não, apenas aguarda-me sem impaciência alguma para me deglutir dentro das suas fronteiras digestivas e lançar-me ácidos corrosivos até nada restar de mim nada, nem a minha memória, nem uma foto minha, por mais antiga que seja a mostrar-me morena de pele e sorridente, apagar por completo tudo o que me diz respeito.

 

 

Retrato negativista. Negro. Propositadamente constrangedor e ameaçador.

 

 

Se eu acredito nisso?! Não. Pura e simplesmente.

 

Admito, sou ingénua. Gosto de ver o lado bom das pessoas, tudo me parece fantástico, gosto de ver um miúdo a brincar e a divertir-se genuinamente, não pensando se ele eventualmente é cruel para as outras crianças, acho piada a uma pista de carrinhos de choque vazia, gosto de ir à praia apenas para me sentir livre, areia e mar apenas. 

 

Não sei se será fácil esta mudança, isso depois vê-se, mas é algo por o qual tenho esperado, por ser isso mesmo, uma mudança. 

 

É certo que serei just another girl in the town. Mas será isso mau?! Numa perspectiva geral, não acho.  Até acho piada ao mistério e ao desconhecido, pois a uma curiosidade inata faminta, e por vezes aborrecida o desconhecido apresenta-se como uma verdadeira iguaria. Às vezes interrogo-me se conseguirei atingir aquilo que quero, mas não é disso que falo, aliás do que falo?!

 

Isto parece um post cheio de raiva e rancor por uma fugitiva de um manicómio e destinado a um sacana convencido qualquer. E é mesmo. Portanto, lê sacana!

01.Carvel - John Frusciante (Shadows Collide With People - Acoustic)

 

 

 

 

When I try I force it out
Never looking in only out
Now is the time for a millions to lose
Never the same since I lost you
Running me out the town
Wishing the best around
Would only get off my back
Heaven receives you and throws you back

Sending a dummy to my God (x4)

Driving to eat a Carvel cake
Somewhere you know isn't where you think
Have you gone away
Have you gone, have you gone away already
(come back, come back, come back, come back)
Have you gone, have you gone away already
(come back, come back, come back, come back)
Have you gone, have you gone away already
(come back, come back, come back, come back)
Have you gone, have you gone away already

All the good times are on their way
Up and down that's how energy stays alive
Up and down that's how energy stays alive
And I wouldn't have it any other way

 

PS. Prometo que não faço mais posts rancorosos e psicopatas como este. Eu sei que já postei aqui a música, mas penso que já se esqueceram, continuarei a relembrar-vos!

 

PSS. Não acreditem em tudo o que digo...

sinto-me: maléfica e infantil xD
música: John Frusciante - Carvel

17
Jul 08
publicado por Andi, às 23:54link do post | comentar | ver comentários (2)

Hoje, estava eu sentada na poltrona da sala, bem estatelada, diga-se de passagem, a ver notícias, desportivas, note-se o meu grau de embriaguez de excesso de sono, quando começa a dar uma notícia acerca da entrada do Bosingwa no Chelsea.

 

"O Clube comprou o jogador ao Futebol Clube do Porto..." bla bla bla....

 

Nisto, a minha irmã mais nova de oito anos, vira-se para mim e diz:

 

"Eles compram pessoas!"

 

Ri-me e concordei. Mas fiquei a pensar nisso, algo que nunca me teria ocorrido por não saber ver e perceber o que está à vista no seu estado mais puro.


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