Does it make any sense?! No? So, welcome.
13
Mai 10
publicado por Andi, às 14:16link do post | comentar | ver comentários (2)

Há quem escreva coisas lamechas quando está em baixo, há quem escreva textos carregados de raiva, eu por vezes experimentei ambos. O problema, ou não, depende da perspectiva acontece quando deixamos de escrever. Agora que começo lembro-me como isso me dá satisfação, de como é boa a sensação de criar algo. Muito mais que algo que seja visível, para além das palavras existe todo um Universo de um potencial inexplorado, que cabe aos criadores dar a conhecer algum desse potencial aos outros. Não estou a dizer que eu me insiro aí. Escrever é um prazer tão simples, requer tão pouco, está ao alcance de toda a gente. Basta a vontade. Vontade chega!

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música: Rise - Eddie Vedder

17
Jan 10
publicado por Andi, às 19:15link do post | comentar | ver comentários (3)

É mesmo animador, quando num dia mais cinzento (?!) numa urbe quando ao sair do autocarro reparamos que não só o condutor do mesmo pára exactamente à frente de uma grande poça de água, como também, amavelmente, estaciona muito longe do passeio. Conclusão existe uma de duas opções:  A) tentas saltar fazendo uma espargata no ar à ballet russo e há uma probabilidade de lesão,  B) pois a pata na poça... Ainda existe uma terceira opção que é esperares pela próxima estação, mas isso não recomendo, a situação pode voltar-se a repetir.

 

A minha opção?? A.

 


02
Nov 09
publicado por Andi, às 21:12link do post | comentar

Olhou para o homem espantada e nada disse, nada tinha para dizer, não sabias as Palavras, começava a duvidar de alguma vez ter sabido, tinha-se intrometido na conversa deles, no seu espaço, e isso era algo que a envergonhava. Engraçado que ela não conhecesse as Palavras, ela que procurava pela evidência da possibilidade da genuidade, do sorriso verdadeiro, da felicidade profunda e fugaz, momentânea, como só a verdadeira felicidade pode ser. As Palavras... Teria que se aplicar mais no seu projecto, mas tanto se interpunha no seu caminho, deixava-se levar pelos pequenos pormenores, divagava um pouco às vezes, mas os últimos devaneios deixaram um espaço e um tempo para pensar no que deveria fazer, para analisar verdadeiramente o seu progresso no projecto.

 

 

"Sei que me estava a observar."

 

"Não o quis fazer. "

 

"Não me vai pedir desculpa?"

 

"Não o conheço. Nada sei sobre si, provavelmente já me acotovelou na rua, enquanto passava apressado para a sua reunião executiva, ou é meu vizinho e passa o dia a bater na minha parede pela música que ouço, se calhar já me viu cair na rua e não me deu a mão. Deveria desculpar-me?"

 

"Não. Estou farto de desculpas. Não me apresentei, mas também não o farei. Não voltarei a este café tão cedo. Ficou tingido por sentimentos negativos."

 

 

Não sabia o que dizer (mais uma vez) ao estranho. Olhou para o lugar que ele deixara vago e reparou que a mulher já tinha ido embora. A sua atenção foi atraída pelos odores doces do café, os doces quentes que saboreava imaginariamente, o sabor ácido do café feito pelo dono pequeno e gorducho, tudo se misturava numa sensação agradável que a fazia querer ficar um pouco mais só para conhecer quem estava no café, quem trabalhava ali, no final de contas, quem gostava de lá ir. Esperava algo diferente das pessoas, ou melhor, esperava algo, pois aquele ambiente despertava algo natural, não mecanizado (como era tanto frequente).


"Ela foi embora, eu sei."


Continuava ele,


"Era a minha mulher. Era. Divorciamo-nos há pouco tempo, nem sei como tudo se passou. Sinto-me confuso agora. Eu sei que parecíamos mesmo chateados, mas já fomos felizes, mesmo felizes. Mas não a maço mais. Até um dia, no aperto da rua, ou lá no prédio quando fizer demasiado barulho, ou mesmo quando cair. Irei lembrar-me de si, não se preocupe."


"Espere!"


Uma ideia um pouco maluca e imprudente rasgou-lhe a mente. E se conhecesse aquele homem, e se ele lhe contasse a sua história, se fosse realmente verdade, que ele um dia tinha sido Feliz. E se? Eram demasiadas suposições, mas aquele ambiente, o seu estado de espírito disse-lhe que deveria arriscar. Porque não?


Ele, que já se confundia entre as poltronas de veludo coloridas, que parecia meio esfumado entre os vapores da canela e a densidade das conversas dos frequentadores do café. Ah, o café, deveria voltar ali mais vezes, deveria dizer a ele para...


"Venha cá mais vezes, não deixe de vir. Pode contar-me a sua história, não me maçará, eu ouvirei as suas histórias no Dia em que foi Feliz. Se não vier será como passar pela rua vendo-me caída e não me dar a mão, em tudo igual à primeira vez, excepto o facto que me conhece, a indiferença conhecida é a que magoa. Venha, num dia qualquer. Num dia."


Pulou da sua cadeira, e afastou-se do Café das Letras. Definitivamente iria voltar ali. Algumas descobertas mereciam tornar-se num hábito rotineiro, numa parte de nós, o que não acontece muitas vezes.


Naquele dia solarengo, em que de facto o tempo coincidia, raro acontecimento num desencontro quase eterno do tempo e do meu tempo, do tempo dela, hoje era apenas um daqueles dias. Hoje é.

 

sinto-me: optimista
música: Save Tonight - Eagle Eye Cherry

05
Jun 09
publicado por Andi, às 19:42link do post | comentar | ver comentários (1)

Não me levem a mal. Ou levem. A questão é que eu não odeio publicidade nem marketing, apenas existem algumas que por questões da metafísica que irão ser discutidas no próximo evento de Cambridge sobre o assunto (não percam!), me conseguem fazer odiá-las.  A mais recente aquisição vai para o detergente, ou lá aquilo que seja o Surf. Digo a mais recente porque lembrem-se desta. É perseguição! Garanto-vos. Acho que já só consigo ver Surf em todo o lado, no metro, a caminho de casa, tento desviar o olhar, olho para o chão, mas também lá o vejo. Aquelas flores amarelas e vermelhas, a limpeza e a frescura... O vómito, meus senhores!

 

 

 

sinto-me: irritadiça

02
Fev 09
publicado por Andi, às 21:46link do post | comentar

Eu prometi que voltava. Nunca cheguei a partir, mas isso são pormenores ortográficos, literários, íntrinsecos das palavras. Tenho pensado no sentido das palavras, na sua importância, ou naquela que eu lhas confiro. Será demasiado? Será tudo demasiado pensado, prepositado, organizado para parecer o que eu quero. Manipulo-as demasiado? Pensei, e pensei e pensei. (Fui fazendo algumas coisas, não sou assim maníaca dessa forma). E eu acho que sim. Eu utilizo as palavras e não a história, não o seu conjunto, não o seu significado. Utilização egoísta e excêntrica. Exaustiva, por vezes. Palavras, palavras, palavras. Estou a descobrir que sou uma Monica Geller em termos de palavras (ver série Friends, se quiserem perceber algo que eu estou a dizer, tornem-se Friend's junkies, como eu!!).

 

 

Aqui fica algo para animar as almas amarguradas por testes e exames, libertem-se da (o)pressão.

música: Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan - Summertime
sinto-me: renewed

13
Jan 09
publicado por Andi, às 22:29link do post | comentar

Depois de quase um mês sem dizer nada, e de passar umas férias descansadas, e voltar outra vez a um vira-que-vira de afazeres o que me preenche o espírito agora? Estive a pensar que é irónico o último post ter o nome de miopia, quando eu comprei os meus primeiros

óculos ontem. É verdade, i'm the ultimate nerd! Óculos, aparelho, gosto por actividades esquisitas... Nem sei como ainda não fui parar a um filme de adolescentes americanos... Que desilusão quanto a isso, confesso.

 

Só para avisar, que nestes tempos conturbados e misteriosos de exames e de marranso, eu não vou ter um minuto livre nem para me coçar, [mentira, vou ter tempo livre, porque eu quero me certificar que mantenho a minha saúde mental] e portanto o blog vai ficar assim para o desleixado, mas não se preocupem, eu voltarei! Soon, too soon even!

música: Omission - John Frusciante
sinto-me: nerd

02
Dez 08
publicado por Andi, às 22:04link do post | comentar

Existem coisas que nos irritam por razão nenhuma, ou por razões muito estúpidas, e esta

 

 

é uma delas! Não suporto ver isto em tamanho gigantesco no metro, apetece-me rabiscá-lo de cima a baixo... Who knows some day i'll do that! *Evil laugh*

 

sinto-me: irritada

01
Dez 08
publicado por Andi, às 14:08link do post | comentar | ver comentários (2)

Estava a pensar em como escrevo neste blog, o estado em que me encontro quando sinto aquela vontade insana de escrever à velocidade da luz, um ritmo frenético, e as palavras vão fluindo ao som de uma música qualquer que me estimula os sentidos e a alma.

 

A alma! Nem vou falar disso, não me quero contradizer mais ainda, tornar-me confusa, esquizofrénica...

 

A questão é que se me tentar lembrar do que escrevi num post qualquer de há duas outr três semanas, nao me lembro bem de todos os pormenores, das motivações que me levaram a escrevê-lo, a imagíná-lo,  a percorrer esse momento de forma minuciosa, analítica, como se fosse nada mais que uma descoberta infantil e mimada do que são as pessoas, os seus sentimentos, e a confusão psicadélica de termos e ligações entre tudo e todos e mais alguma coisa e mais alguém... Há sempre mais, e mais.

 

 

É como se fosse outra pessoa a escrever, por vezes surpreendo-me com o que leio, tanto pela positiva como pela negativa. É estranho como não me consigo reconhecer por vezes, estarei a atravessar uma fase de metamorfose invisivel, indetectável, e ainda assim ácida desfigurando a minha personalidade e o meu modo de estar?

 

Não me surpreende que fiquem desiludidos comigo, se até eu fico.

 

sinto-me: strange

29
Nov 08
publicado por Andi, às 01:11link do post | comentar

Gosto de pensar que o que escrevo no blog não sou eu, não é pessoal, faz-me sentir imune, uma observadora estranha, daquelas que nos fita fixamente com os seus olhos grandes e estrábicos, pois nunca temos a certeza que está a olhar fixamente para nós. A ficção distancia-me da realidade, whatever that is.

 

 

Contudo existem episódios reais que merecem ser contados, pois eu nunca conseguiria imaginá-los, colocá-los na sua posição correcta, encadeado, como uma trança de cebolas que a minha avó costuma fazer sentada num banquinho de madeira, cobrindo as suas pernas com algumas varizes pelas cebolas alaranjadas, manuseando-as com destreza e rigidez, a precisão da sabedoria. Não conseguiria, jamais.

 

Já consigo sentir a baba espumosa dos leitores a escorrer pelo teclado, sim pelo teclado, ainda não sou computadorizada, ainda, mas quando me lêem, a mim não, ao que escrevo, e no entanto a mim, é como se eu incorporasse o computador, como se fosse eu a falar aquilo que os olhos falam , como se as letras fossem o mover dos meus lábios, e a pontuação a expressão desastrada que tentaria dar ao meu discurso.

 

Guardem essa preciosa baba, pois os acontecimentos que vou relatar são de uma estranheza tal, que o seu interesse desvanece.

 

Primeiro acontecimento. Um indivíduo a mijar na rua. Nada de ordinário. O pessoal mija nos cantos a toda a hora. Coisa estranha, o senhor de meia idade, aparentemente normal estava a fazê-lo no meio do caminho, eu por acaso vi o caso. O senhor terminou o seu assunto e continuou a sua viagem descansado, como se nada fosse.

 

Segundo acontecimento. Manada de homens/rapazes, sim eram mais rapazes da marina, ou lá o que é aquela seita militar, daqueles que usam uma boina esquisita com um lacinho, roupa azul escura com algumas riscas vermelhas. Do tipo marinheiro dos filmes antigos? Tal e qual. Não falo de uma pessoa assim vestida, falo de várias, a sair do metro. Parecia uma enxurrada de déjà vu, uma psicose grave qualquer, uma falha no matrix, parecia o Carnaval da Madeira antecipado, parecia uma partida global feita para me fazer figura de parva. Esperem, não era só uma (que palavra usarei para não dizer convenção social estúpida, digo demasiadas vezes isso...) ... que dita que os marinheiros ou lá o que eles sejam se vistam de uma maneira igual, pré concebida, irracional e despropositada...

 

Não percam os próximos episódios desta saga!


09
Nov 08
publicado por Andi, às 15:51link do post | comentar | ver comentários (1)

Protegidos por casas confortáveis, com roupa supostamente bonita, todas as comodidades indicadas como as suficientes para nos fazer sentir felizes, uma vida (quase) perfeita. Muitos amigos, um trabalho, alguém para constituir família, e passar assim os nossos dias.

 

Nem sei como escrever isto, se começarei por dizer que sou eu a ingénua, mas consigo ver falsidade e hipocrisia em quase tudo o que me rodeia, ou se acho que simplesmente é um modo de estar na vida. Conectar-se a tudo, apenas superficialmente, conhecer o suficiente para dizer que conhece, e poder tirar proveito disso, mas não profundamente, para algum dia poder ajudar essa alguém, ter que se sacrificar, tirar algum do seu tempo, prestar atenção a alguém.

 

É assim que me encontro debaixo da ponte, desprotegida do vento agreste da falsidade e do oportunismo, ignorada por vezes e com demasiada atenção outras vezes.

 

Simplesmente, ignorarei esse vento ininterrupto, acomodando-me num canto qualquer sujo, debaixo dessa ponte onde existem muitas pessoas, mas nenhuma consegue ver os outros, onde, afinal, estamos todos juntos, mas irremediavelmente sozinhos.

 

 

 

 

 

música: Under the bridge - Red hot chili peppers
sinto-me: uups, too personal

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